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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O que nos move a continuar escrevendo?



Essa é a pergunta que me faço, hoje, 21 de janeiro de 2013. Dentro de duas semanas terei de voltar ao meu emprego - fim de férias, começo de um longo ano de trabalho duro e, graças a Deus, honesto. Mas, sinceramente, meu desejo era continuar a escrever (como fiz desde dezembro do ano passado), quando quero e durante o tempo em que minha inspiração permitir. Terminei meu terceiro livro (Enigmas do Amor) e, como já era de se esperar, comecei outro... Por que escrevo? Será que seus livros vendem como água no deserto, senhor Hoffman?, alguém poderia perguntar, despretensiosamente. Claro que não, responderia, nem um naco do quanto gostaria que vendessem. E nem venderão a curto, a médio ou longo prazo, sei lá se um dia venderei meia dúzia deles sob demanda. Isso não me preocupa muito, pelo menos não no momento mais importante da produção do livro (enquanto o escrevo). E se me preocupo depois é porque gostaria de saber que alguém além da minha mãe tem lido o que o filho dela escreve... Isso me preocupa. Mas também me instiga a perguntar novamente: o que nos move, enquanto escritores? Acho que tenho a resposta cada vez que ouço Sarah McLachlan cantar Angel: There's always some reason/To feel not good enough... Queremos provar para nós mesmos e para os outros (principalmente para os outros, já que devemos ter certeza do nosso potencial enquanto escrevemos) que conseguimos, enfim, produzir uma boa história, pera lá, cara, eu escrevi um livro! Melhor do que isso, vendi um livro! E o comprador gostou, e comentou com conhecidos, e no fim das contas, sou um autor reconhecido! Esquecendo um pouco de sonhos clichês, acredito, do fundo do coração, que somente uma coisa pode justificar escrever quando não se tem certeza de que haverá leitores: paixão. Essa é a palavra. Estar apaixonado faz com que as coisas funcionem perfeitamente, e aí vence-se os limites impostos pela razão e, enfim, alcança-se o zênite, a abóboda celestial onde nossos astros orbitam intocáveis.  A paixão pela história deve começcar com o próprio autor, e daí para convencer o leitor, pelgá-lo no gancho, é um pulo. Deve-se estar apaixonado pelo próprio livro, pois é contagiante. Por isso escrever é algo tão delicioso, por propor que o outro se torne, pelo menos enquanto estiver lendo nosso livro, propriedade nossa. Sinto isso quando leio um livro muito bom, com personagens com os quais me identifico, e uma história bem contada. É esse o gancho que prende o leitor. Mas a pergunta persisite: por que escrever se não há leitores? Há de haver, é a resposta. Em julho do ano passado criei um blog para criticar livros. Escrevi os primeiros textos, estava todo animado achando que bombaria na net. Ledo engano, há milhões de outros blogs melhores do que o meu, com muitos seguidores e mensagens. O que houve a partir de então? Os textos ficaram lá, e esse ano recebi um comentário - de alguém que leu minha crítica e concordou comigo! Um comentário quando achava que não haveria nenhum! Haverá alguém, com certeza. Foi o que aprendi. Para que escrever, se não há leitores? A pergunta poderia tomar outras formas: pra que ser amável, se não tenho a quem dar meu amor? A resposta é simples: escreva, ame, um dia há de haver alguém - tanto para os livros quanto para nosso coração. E ambos tem o poder de nos mover quase sempre na direção correta.
L. S. Hoffman,
Especial de férias,
Direto do Rio de Janeiro para o Observatório Clube de Autores.

2 comentários:

  1. Leandro, falando nisso, acabei de terminar de ler seu último livro "Enigmas do coração". Adorei seu estilo e a sutileza como 'costurou' tantas histórias juntas. Parabéns.

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    1. Obrigado pelo apoio e pelas palavras de incentivo, Stella. É sempre bom contar com pessoas com tanto brilho como você. Sinta-se sempre bem-vinda.

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