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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Feliz Dia das Bruxas!!!



Em comemoração ao Dia das Bruxas Léo Silva lança o livro Passos na escuridão . Neste livro o passado de Eddie T. Cash (prisioneiro de Sob o céu de outono) é completamente revelado, mostrando o que o levou a se tornar um homem perigoso e disposto a tudo para prejudicar os outros. Com passagens bem construídas, o autor mantém o romance num ritmo irresistível:
"Eddie acordava do coma que tivera logo após os primeiros exames médicos, e acreditou ver coisas. Primeiro, árvores, como se ainda estivesse naquela maldita floresta, sendo caçado por bestas selvagens em formas humanas. Ele quase podia sentir os galhos atingindo seu rosto, ferindo-lhe a face, à medida em que tentava escapar. Depois uma campina, com grama baixa e a luz do sol. Então, ele. O garoto cinzento. Ele parecia ainda mais cinza sob a luz do dia. O garoto estava parado, e mantinha o dedo indicador erguido na frente dos lábios cerrados, como aquelas fotos de enfermeiras que aparecem nos corredores de praticamente todos os hospitais. Eddie não entendeu de imediato o que se passava ali. Para ele era apenas um menino, e o fato de ele ser cinza deveria ser coisa da sua cabeça.
         Um menino cinza pedia que ele ficasse em silêncio. Como um fantasma em seu quarto."
*** 
"Qualquer coisa que dissesse seria apenas uma parte de tudo o que sentia, de tudo o que gostaria de dizer. Seria a parte menos verdadeira e menos cruel de todas, pois o que ele realmente sentira naquela floresta, tanto quando era caçado por pessoas insanas quanto no momento em que seu corpo fora por elas violado, isso não poderia ser dito. Jamais. Só Eddie sabia o que se passava dentro dele. Era como se houvesse uma bomba-relógio dentro de seu peito, num tique-taque constante e doentio, e de uma hora para outra ele fosse explodir. Sentia que o tempo estava acabando, e não havia muito o que fazer para mudar isso."

Leia "Passos na escuridão". 

Observatório Clube de Autores,

Sempre à disposição.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Clube de Autores com cara nova

por Léo Silva - leo_silva180@hotmail.com

Repararam como o Clube de Autores mudou de layout? O site está mais bonito, organizado e com um visual mais moderno. Também estava na hora, não é? Depois de ver as mudanças até deu vontade de escrever algo novo, ou renovar os livros antigos... E foi exatamente o que fiz. Livros revisados, com capas novas e edição 2013. 


Inspirador, não?

Espero que as mudanças impulsionem as vendas também...

Observatório Clube de Autores

sábado, 5 de outubro de 2013

"Passos na Escuridão" - Um retorno ao passado do vilão Eddie
por Cristiane Salles - cristianesallesesilva@gmail.com


Em seu novo livro, a ser lançado dia 31 de outubro de 2013, somente em e-book, L. S. Hoffman fala de um tema recorrente da literatura - a vingança - utilizando-se, para isso, do personagem Eddie. T. Cash, do livro "A última estação" e revelando seu passado obscuro

Booktrailer de Passos na Escuridão:

http://www.youtube.com/watch?v=6d2HkfrB4oM


Observatório - De onde veio a ideia de escrever Passos na Escuridão?
Hoffman - Olá leitores do blog, olá amigos escritores. A ideia de Passos na Escuridão é antiga, tão antiga quanto meu primeiro romance de terror lido - O iluminado, de Stephen King. Fiquei simplesmente encantado com a forma como o mestre do terror me assustava. Não que eu queira ou possa me comparar à ele, mas de certa forma a ideia surgiu aí. 

Observatório - É um romance de terror?
Hoffman - Está mais para suspense, mistério. 

Observatório - Poderia resumir o livro para que tenhamos uma ideia do que nos espera?
Hoffman - Claro. Eddie T. Cash retorna à pequena cidade de Watkins Glen em busca de vingança. Atormentado por lembranças do passado e guiado por um ser conhecido com Homem de Cinza, ele pretende destruir as vidas de todos aqueles que o fizeram sofrer no passado. O livro narra esse momento da vida de Eddie. 


Observatório - Esse livro foi inspirado pela obra de Stephen King. Como é sua relação com a literatura americana?
Hoffman - Sou um grande fã do mestre do terror e do suspense, e isso me motivou a escrever Passos na Escuridão. Adoro a literatura americana, e é por isso que meus livros sempre se passam nos Estados Unidos. Sei que é uma espécie de erro escrever sobre um lugar que, a princípio, não conheço. Mas descobri que, independente de qual fosse o cenário das minhas histórias, ele seria por mim desconhecido, pois moro no interior do Estado. Assim, dos males o menor.

Observatório - Por que resolveu mudar seu gênero de escrita?
Hoffman - Na verdade não houve mudança, apenas experimentei um estilo diferente do qual estou acostumado a escrever - o qual me rendeu boas críticas, inclusive. Aprendi a escrever sobre pessoas, sobre a vida e a morte, e as coisas que acontecem depois que se nasce e antes que se morra. É um livro que fala sobre como as famílias enfrentam as dificuldades da vida.

Observatório - Por que utilizar um personagem de outro livro?
Hoffman - Porque sempre quis saber o que levou Eddie à prisão e a ser uma pessoa tão ruim. Ninguém nasce assim - as pessoas ficam assim. No caso de Eddie foi um trauma de infância, que o levou a conhecer uma entidade maligna e controladora - O Homem de Cinza, um ser que ninguém sabe de onde veio, nem exatamente o que deseja. 

Observatório - Você acredita no mal?
Hoffman - Mais ou menos. Acredito que as pessoas podem fazer o mal ou o bem, e que tudo possui dois lados. Até para a ação existe uma reação, não é verdade? Para o bem, logicamente, existe o mal em igual proporção. Trata-se de equilíbrio.

Observatório - Sua mensagem final.
Hoffman - Agradeço à concessão de espaço e desejo a todos boas leituras e até uma próxima vez.

Observatório Clube de Autores,

Sempre à disposição.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

4o Prêmio Clube de Autores de Literatura Contemporânea

por Leo Silva - leo_silva180@hotmail.com


Está aberta a 4a Edição do Prêmio Clube de Autores de Literatura Contemporânea. É uma bela oportunidade de mostrar seu trabalho, jovem escritor. O que está esperando? Vamos lá, inscreva seu livro, divulgue para os conhecidos e boa sorte!!!


Sempre à disposição - Observatório Clube de Autores

terça-feira, 16 de julho de 2013

Temas, transas e caretas - Definindo temas clichês e fugindo deles

Tópicos em escrita criativa
por Cristiane Salles - cristianesallesesilva@gmail.com

Ser mãe, mulher, dona-de-casa, profissional liberal, escritora e blogueira... Parece difícil? É porque é difícil. Imagine juntar tudo isso ao sonho de encontrar um príncipe encantado, ter um filho nerd e uma mãe do tipo moderninha-maluca, um ex-marido que não para de atormentá-la e por aí vai... Eu praticamente juntei todos os maiores clichês dos livros contemporâneos num único parágrafo. Clichês devem ser evitados? Ou bem utilizados? Acho que ambas as coisas. Afinal, escrever é criar algo novo a partir de uma coisa que, aparentemente, não tinha nada de novo a oferecer.

Acredito, na superficialidade de meu saber, que clichês devam ser evitados se forem, pura e unicamente, constituídos por elementos que remetam ao próprio clichê. A partir do momento em que eu, enquanto escritora, consigo inserir novos elementos no meu texto, conduzindo o leitor de forma a não entediá-lo, ao mesmo tempo em que me mantenho fiel ao que propus, acredito que seja possível usar - e usar bem - um bom clichê. Vejam bem, é praticamente impossível escrever algo completamente original e esperar que as pessoas engulam com facilidade. Falar da Segunda Guerra Mundial se tornou um clichê, mas em A menina que roubava livros Marcos Suzak faz isso de forma completamente inovadora e envolvente. Comédias românticas são clássicos dos clichês, não é verdade? Então por que vendem tanto? Por que é o que as pessoas querem ler, querem saber o final do livro a partir do gênero que escolheram. Sem falar dos novos livros infanto-juvenis a partir de Harry Potter, que agora obrigatoriamente devem ser protagonizados por trios de jovens de no máximo quinze anos com problemas familiares, distúrbios que os afastam dos outros garotos e garotas da mesma idade, mas que no final descobrem serem os escolhidos para salvar o mundo do mal eminente. A indústria literária mercantil exige clichês bem usados, que são os que as pessoas querem ler - ou infelizmente se acostumaram a ler.
Graças a Deus que eu não sirvo a essa indústria inescrupulosa, você poderia me dizer. Concordo e dou todo o apoio a você, mas deixe-me explicar melhor: o oposto também vende (os livros que ganham concursos literários no nosso país geralmente são muito diferentes do que descrevi lá em cima, e os que vendem mais raramente ganham esses concursos), e tudo depende do que você deseja para si mesmo. Eu desejo vender muito, ganhar muito dinheiro e ter novas inspirações numa praia do Caribe, com um coquetel numa das mãos e um belo par de óculos de sol de mil dólares sobre meus olhos (outro clichê). Mas esse assunto fica para um próximo post - SOBRE O QUE ESCREVER?
Quando nosso leitor pega uma comédia romântica para ler ele deseja que o casal fique junto no final (se um dos dois morrer vai se tornar drama); quando um adolescente lê um livro de aventura ele deseja que o protagonista tenha amigos tão problemáticos como ele; quando alguém lê o Cinquenta tons de cinza, de E. L. James, bem, eu não sei o que essa pessoa quer, só sei que tem vários livros por aí copiando ele, assim como aconteceu logo após o megassucesso de Stepnenie Meyer, a tão detestada quanto amada série Crepúsculo - depois dele parece que todo livro para garotas adolescentes precisa de um triângulo amoroso sobrenatural (e toda mocinha tem de ser meio retardada). É o mal dos nossos jovens leitores contemporâneos.
Realmente alguns clichês devem ser evitados. Tenho de dar o braço a torcer.

Até a próxima,


Cristiane Salles em especial de férias para o Observatório Clube de Autores

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Concursos literários 2013


por Leo Silva - leo_silva180@hotmail.com

Escrevemos, escrevemos, escrevemos... Depois ficamos reclamando que não somos reconhecidos, que não conseguimos deslanchar na carreira de escritor, enfim, que nada acontece. Hoje, segunda-feira, é dia de dar um passo na direção do sucesso, afinal, como ser descoberto sem fazer um pouco de barulho? Por isso o Observatório Clube de Autores selecionou algumas oportunidade para jovens escritores. Vamos lá, dê uma chance a si mesmo e participe dos concursos!

Prêmio Paraná de Literatura - Até 31 de julho de 2013 - Obras inéditas
Romance, Poesia e Conto - R$ 40.000,00 para cada categoria
Link: http://www.bpp.pr.gov.br/arquivos/File/EDITALPREMIO2013.pdf

Prêmio Literário Livraria Asabeça 2013 - Até 31 de agosto de 2013 - Obras inéditas
Poesia - Livros impressos e participação nas vendas
Link: http://www.concursosliterarios.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=434&friurl=:-12o-Premio-Literario-Livraria-Asabeca-2013-:

Prêmio Literário Cidade Poesia 2013 - Até 31 de julho, por e-mail - Obra inédita
Poesia - R$2.000,00 ; R$1.000,00 e R$500,00
Link: http://www.concursosliterarios.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=442&friurl=:-III-Premio-Literario-Cidade-Poesia-2013-:

Prêmio São Paulo de Literatura - Até 29 de julho de 2013 - Obras inéditas ou não
Romance - R$ 200.000,00 ; R$100.000,00 e R$100.000,00.
Link: http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.71b090bd301a70e06d006810ca60c1a0/?vgnextoid=9daf3063b740b110VgnVCM100000ac061c0aRCRD&idNoticia=b8f8cee3c651f310VgnVCM1000008936c80a____#.UePamdK1GSo

7 Prêmio UFF de Literatura - Até 2 de julho de 2013 - Obra inédita
Conto, crônica e poesia - Notebook

 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Observatório Entrevista

Lucyana Mutarelli, autora de "Poder Invisível", conversa com o Observatório e conta o que pensa da literatura brasileira e do mercado editorial

por Leandro de Oliveira Silva - leo_silva180@hotmail.com


Numa entrevista por e-mail, a autora Lucyana Mutarelli (Poder Invisível , O Enigma de uma Casa e O Despertar da Felicidade ) nos conta um pouco de sua vida de escritora e fala sobre seu último livro lançado pelo Clube de Autores, e que pode ser adquirido clicando no link. O Clube de Autores recomenda todos os livros de Lucyana, que revelou ser dotada de uma escrita cheia de magia e de energias positivas. Confira a entrevista.




1 - Observatório: Lucyana, definir a si mesmo pode ser um bom começo para se entender um pouco do "eu escritor". Diga-me: quem é Lucyana Mutarelli?


Sou uma pessoa extremamente observadora, reflexiva e filosófica. Uma questionadora por natureza. Gosto de pensar e analisar sobre tudo o que me cerca. Admiro a arte, a música, a escrita, a originalidade e a autonomia. Tenho muita criatividade e senso crítico, por isso, acabo me desviando de tudo o que é demasiadamente tradicional. Só sigo o que acredito ser verdadeiramente bom. 

2 - Observatório: Uma vez perguntaram ao Stephen King como ele escrevia, e ele respondeu: "Uma palavra de cada vez." Agora queremos saber: como você escreve, Lucyana?


Para escrever, utilizo tanto o meio externo quanto o interno. O externo é tudo o que está a minha volta como vivências, livros, textos, situações, aprendizados... E o interno representa meus pensamentos, reflexões, intuições, sentimentos, sonhos, visão de mundo... E assim, surgem meus livros.

3 - Observatório: Conte-nos de onde veio a inspiração para seu livro "Poder Invisível", atualmente disponível no Clube de Autores? Por que você quis contar essa história?


“Poder Invisível” surgiu inspirado em observações da vida e em dois livros: “O Poder do Subconsciente” do Dr. Joseph Murphy e “O Segredo” de Rhonda Byrne. Essas duas obras falam sobre o poder da mente que é capaz de atrair para nós o que queremos. A nossa cabeça funciona como um imã que puxa para nós situações relacionadas com o que pensamos, sentimos ou falamos. Por isso, devemos procurar sempre ter bons pensamentos e sentimentos. Sei que pode até parecer balela. Mas através de algumas experiências, pude perceber a funcionalidade disso tudo. Quem nunca pensou em uma música, ligou o rádio e ela estava tocando? Quem nunca pensou em uma determinada pessoa e, de repente, ela telefona ou a encontramos na rua? E quando pensamos num assunto, ligamos a TV e damos de cara com uma discussão a respeito? Isso é muito interessante!

4 - Observatório: Lucyana, como você enxerga a literatura brasileira hoje? E o mercado editorial?


A literatura brasileira, hoje em dia, é bem eclética. Tem para todos os gostos, todos os bolsos e, até mesmo, livros gratuitos para serem baixados. É possível ler até utilizando um celular. O que falta mesmo é o hábito da leitura fazer parte da vida dos brasileiros. Muita gente não lê. Ou por falta de tempo ou por considerar uma atividade enfadonha, o que não é verdade. Se uma pessoa considera a leitura desagradável, é porque não encontrou o livro certo para ela.

Quanto ao mercado editorial, acredito que a grande tendência é a autopublicação. Depender de uma editora para publicar um livro, é complicado. Muitas empresas cobram uma fortuna para o autor publicar sua própria obra. E outras não cobram, mas também não publicam (risos). Alegam que o original não está de acordo com o perfil editorial deles. Mesmo que o livro seja excelente.Outra vantagem da autopublicação é que nela não ocorre o desperdício (encalhe de livros). Somente são impressos os exemplares vendidos.

5 - Observatório: Quem é seu autor favorito? Sugere algum título aos nossos leitores?


Além de Rhonda Byrne, autora de “O Segredo” e Dr. Joseph Murph, autor de “O Poder do Subconsciente”, sugiro “A Cabana” de William P. Young e “Entre Anjos” de L.S. Hoffman. É uma história simplesmente surpreendente.

6 - Observatório: Que tipo de história atrai você para leitura? E para escrita? 


Tanto para a leitura como para a escrita, existem duas características que, a meu ver, são muito importantes para uma história. Uma delas é que proporcione entretenimento, ou seja, que prenda a atenção e que faça com que o leitor se envolva com a obra. A outra é que transmita algo de útil para a vida de quem está lendo. Se um livro proporciona entretenimento, ele é um livro bom. Se um livro transmite algo de útil para a vida do leitor, também é bom. Agora, se a obra tiver essas duas características juntas, então considero-a excelente!


7 - Observatório: Considerações finais da entrevistada:


Fiquei muito feliz pelo convite e gostei muito de participar da entrevista. Foi um prazer. Entrevistar autores é uma excelente iniciativa. Ajuda os leitores a entender um pouco mais sobre quem está por trás das obras que eles leem. Parabéns ao Observatório Clube de Autores! Sempre que precisarem, estarei a disposição.

Agradecemos imensamente à nossa querida entrevistada, Lucyana Mutarelli e aos nossos leitores e colaboradores. O Observatório Clube de Autores é um espaço gratuito de divulgação dos trabalhos dos novos escritores brasileiros. 

Sempre à disposição para críticas, elogios e sugestões,

Atenciosamente,

Leandro de Oliveira Silva

segunda-feira, 18 de março de 2013

Resultado Concurso Observatório Clube de Autores

Os Sorteios do 1 Concurso do Observatório foram realizados hoje, segunda-feira, 18 de março de 2013. 

Ganhadora do livro "Entre anjos", de autoria de L. S. Hoffman:  Luciana Mutarelli <rvjfc@ig.com.br>; 

Ganhadora do livro Enigmas do amor, de autoria de L. S. Hoffman: Raquel Nonato da Silva Lisboa <ranosilisboa@gmail.com>.

Cumprimentamos os ganhadores do sorteio, agradecemos e desejamos sorte a todos os participantes. Esperamos todos você nas próximas promoções e lançamentos. 
 
Documentado em vídeo, segue o link para conferência:


Sempre à disposição,

Observatório Clube de Autores

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Mulher de honra – Um livro escrito com o coração, para o coração



O retrato de uma época deliciosamente construído por Raquel Lisboa. Anterior à cultura pop que domina a escrita popular, porém com elementos lingüísticos requintados e ironias eloqüentes, Mulher de honra é uma história que flui como nenhum outro livro de estreia eu já tenha lido. É simples, porém envolvente; contido, e ao mesmo tempo ousado; denso, porém fluido. E o melhor, é real. Um romance de estreia com um toque de clássico, e com um gosto bem familiar. 

                                por Leo Siva - leo_silva180@hotmail.com 



Descrever o que sinto agora que terminei de ler o maravilhoso romance de estreia de Raquel Lisboa é impossível. Digo isso com a propriedade de que poucos livros foram por mim lidos num tempo tão curto (o período de um dia), e levando em conta a dificuldade de se ler algo na tela do computador (sou adepto inveterado dos livros impressos), deve-se dar o devido crédito à autora. Raquel tem um texto deslumbrante, que preenche as páginas de forma inteligente e divertida. Sua história é completamente original, e os caminhos que percorre ao tecê-la nos fazem sentir o desejo pela leitura, pelos personagens e por suas passagens interessantes. Ela capta o melhor do cotidiano, sem ser nem um pouco prolixa ou enjoativa. 

Os personagens do livro, e não vou me deter muito neles para não estragar as surpresas do futuro leitor, são verossímeis e interessantes. Jamais imaginaria para um romance meu um vilão tão malvado quando Fernando (e olha que meus romances estão sempre cheios de vilões), e me pego imaginando no quanto Helena sofrera nas mãos dele, e jamais aceitara seu destino sem pensar em uma forma de dobrá-lo. E dobrou. Numa parte muito bem construída do texto, Raquel escreve: “Somente a pequena Heleninha sorria inocentemente, pendurada no pescoço do pai, tentando alcançar o armário.” É um arquétipo consistente de como se colocar lado a lado inocência infantil e as decisões da vida adulta – pai e filha, morte e vida, alegria e felicidade. As passagens prosseguem brilhantemente: “se fosse homem com certeza teria um bom futuro.” Aqui se percebe todo o orgulho (e preconceito) de pessoas que tem consciência de suas limitações enquanto homens e mulheres, mas ao mesmo tempo prostram-se à suas criações. A mãe de Helena se sobrepõem ao pai em racionalidade ao acreditar que filha possa ser outra coisa na vida que não simplesmente uma mulher. “Sr. Oscar, recostado em seu carro de luxo, acompanhava a mudança do irmão com um olhar de desapontamento. Na verdade, queria que ele fosse expulso dali, pelo novo proprietário.” Aqui, percebe-se a sutileza com a qual Raquel caracteriza o personagem Oscar, de uma forma que é impossível não perceber o quanto ele é inescrupuloso e hipócrita. É um recurso literário presente em muitos autores contemporâneos (e marca registrada de grandes clássicos da literatura brasileira), uma tragédia maquiada com ironia. Enxugado, o texto passa a mensagem da forma mais clara possível. Por fim, uma frase de efeito, que merece destaque: “Era um não parecido com sim”. A tradução mais simples da confusão mental na qual a personagem mergulha. 

Raquel é contundente com a construção de seus personagens. Helena é forte e decidida; Cadu é um homem extremamente amável, que já sofreu mas felizmente reencontrou o amor; Fernando é um canalha obsessivo, chefe de quadrilha e uma pessoa capaz de tudo para conseguir o que quer. O cenário no qual a história se constrói abre espaço para histórias menores, como a morte de Juliana. A história de Ana, melhor amiga de Helena, tem praticamente o mesmo espaço da própria história de Helena, e é tão interessante quanto. Tudo parece se completar ao redor do eixo central, e os conflitos são fechados com maestria pela autora. Meu coração se encheu de tristeza quando um dos personagens partiu sem ter a chance de se despedir de quem mais amou. Não há explicação para o que acontece com a gente nestes momentos.

Obviamente, algumas passagens poderiam ser melhor exploradas, como o embate final, que é muito rápido e decepciona um pouco. De resto, descrições de cenários e alguns diálogos podem ser melhores. Não há mais o que dizer. Raquel Lisboa escreveu um romance de estreia que merece ser lido por todos os amantes de literatura contemporânea. É interessante, retrata a ditadura com fatos verossímeis e, acima de tudo, mostra a luta de uma mulher que teve sua vida destruída por um bandido. Como escreveu Tagore, “as palavras vão ao coração quando saem do coração”. 

Helena e Raquel são, verdadeiramente, mulheres de honra. 



Classificação indicativa: Livre para todas as idades - violência moderadamente descrita.



Estrelas ganhas: 5/5 (cinco estrelas de cinco estrelas)



Troféus: Originalidade/ Enredo/Personagens/Desenvolvimento.





Tipo de livro analisado: e-book






Especificidades: Baixar livro gratuito




sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Paciência é uma virtude



Tópicos em escrita criativa
por Cristiane Salles - cristianesallesesilva@gmail.com

Sou colaboradora do blog há menos de cinco dias, e já me mandaram trabalho - fazer o que, né? Brincadeira. Aceitei com a condição de que eu pudesse falar do que mais gostasse, independente do que os outros estivesse fazendo - ruim escrever sobre algo que a gente não gosta, né? Então, disse (escrevi): fiquem com os detalhes técnicos (capa, diagramação, booktrailler, sei lá mais o que) que eu escrevo sobre escrita criativa, de uma forma mais original e mais acessível do que encontramos por aí. Assim nasceu esse post sobre escrita criativa, mas serão apenas tópicos, e não sei quando escreverei a continuação porque estou voltando para casa depois de um mês longe do meu baby e tenho outras coisas para fazer além de curtir sol, sombra e livros...

Bem, pra começar pelo começo, gostaria de falar um pouco sobre algo importante quando estamos escrevendo: PACIÊNCIA. Isso mesmo. A sagrada virtude. Quando começamos um romance, e isso é regra, devemos ter pelo menos uma noção do final da história, para que fique mais fácil guiar os passos dos personagens, e levá-los exatamente ao ponto onde gostaríamos que a história tivesse seu clímax, não é mesmo? Porém, especialmente quando ainda estamos no primeiro livro, é comum, enquanto autor estreiante, querer acabar logo para publicar logo e fazer sucesso logo. Essa é a lógica da cabeça do jovem escritor. Tudo é logo, tudo tem de ser rápido. E a pressa é inimiga da perfeição. Cada um tem seu ritmo de escrita, e o seu não precisa ser exatamente igual ao meu, nem mesmo parecidos (George R. R. Martin demorou seis anos para escrever o segundo livro da saga épica As Crônicas de Gelo e Fogo e Humberto Eco publicou O cemitério de Praga depois de trinta anos da publicação de O nome da rosa). Então, porque você não pode segurar seu livro por mais seis meses e melhorar o trabalho, menino? É claro que pode, podemos, devemos. Escrever não precisa ser como respirar (o tempo todo), muito menos como o arrastar de uma lesma... Devemos encontrar nosso próprio ritmo. E, por incrível que pareça, a pressa de escrever logo pode até mesmo ser sentida no texto, enquanto lemos. Dá pra saber se o escritor realmente dedicou um tempo justo a seu livro, ou correu mais do que queniano em Corrida de São Silvestre para chegar logo ao final.
Paciência, queridos e queridas. Paciência é uma virtude.
A história não vai fugir de você, mas os leitores vão se ela não for bem desenvolvida. E tem os críticos também - se bem que hoje em dia todo mundo quer ser crítico. Em outras palavras, esqueça os críticos, eles não sabem o que dizem (isso fica para outro post - Quando ouvir os críticos).
DICAS:
(1) Escolha as palavras que usará com amor e dedicação.
(2) Trabalhe cada parágrafo com afinco, revise as frases e veja se tem impacto ou se estão sobrando no texto.
(3) Revisite a biografia de seus personagens e veja se a ação deles naquela cena combina com a personalidade ou se foi um deslize seu.
(4) Apaixone-se pelos personagens para desejar passar mais tempo com eles.
(5) Se você quer voltar logo ao texto do livro é porque ele deu certo, é apaixonante e o livro funcionará.
(6) Se você não gosta do que está escrevendo porque os outros gostariam?
(7) Saiba o momento certo de colocar ação e o momento de divagar sobre outras coisas (ambiente, sentimentos).
(8) Escreva quando sentir vontade, mas não adie a escrita por muito tempo ou alguém escreverá algo parecido e publicará antes.
(9) Sempre tenha um leitor certo, para quem o livro é escrito, assim você o terminará.

Finalmente, a maior dica de todas...
(10) Se quer publicar logo para ver no que dá, escreva textos menores e publique. Não queira que seu primeiro livro seja o maior também (a não ser que você tenha paciência para isso). Depois de publicar projetos menores naturalmente nos acalmamos e fica mais fácil escrever aquela grande história com a qual sonhamos que todos tenham na estante... Aí, escrever fica bem mais fácil. E mais divertido também.
Nosso próximo tópico será...
TEMAS, TRANSAS E CARETAS - Definindo temas clichês e fugindo dos clichês. Aguardo vocês, escrevam para mim.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Separados pelo coma


Lindo, rico, solteiro, gay... nem um defeitinho? Uma unha encravada? Chulé? Mau hálito? Com tantos atributos, é quase impossível não se apaixonar por George


Público-alvo: Adolescente/Adulto




Estrelas ganhas: 4,5 estrelas/5 (quatro estrelas e meia de cinco estrelas)




Categorias: Originalidade/Linguagem/Enredo/Argumento

 

Tipo de livro analisado: E-book



 

Especificidade: Gay



Separei uma barra de chocolate, dei play na minha lista de músicas preferidas do Windows Media Player (o que inclui Shakira, Glória Gaynor, Elvis, Regina Spektor, Roxette, Beatles entre outros) e comecei a ler o e-book Um amor singular 2, de E.N. Andrade. É um livro relativamente pequeno (80 páginas), sequencia de outro título, o qual ainda não li. Terminei em uma tarde. 
É, E. N. Andrade é bom.
O autor consegue manter um ritmo irresistível em seu livro, sem perdas de velocidade ou passagens tediosas. É um texto claro, conciso e bem estruturado, que prende o leitor e o envolve em passagens interessantes. Para quem torce o nariz por ser um livro gay, prepare-se: não há bizarrices nem cenas de sexo com detalhes picantes. É tudo descrito, dentro do possível, de uma forma até comportada. Ponto para Andrade, que escapa do clichê gay de sexo sem limites. A linguagem utilizada pelo autor, inclusive, é madura e bem elaborada. Há ótimas analogias, como a sensação do personagem Thomas, de estar enrolado em “filme plástico”, e precisar de uma “tesoura” que o libertasse. As descrições dos ambientes são maravilhosas, e não pecam. Enfim, a história no geral, convence com personagens interessantes e um desenrolar suave e provocante, como chocolate-com-pimenta. 

Nem tudo são flores

Não é porque trata do mundo purpurinado que tudo no livro é glamuroso não! Existem alguns pontos que precisam de um olhar mais atento do autor, e do leitor reflexivo. Tudo é perfeito demais, num clichê de mundo gay dividido entre os que amam e os que odeiam, com ambos vivendo em partes diferentes sem conflitos verdadeiramente significativos: Thomas faz amigos no primeiro dia na escola sem nenhuma dificuldade, não tem receio de contar que é gay mesmo estando sozinho e com a possibilidade de rejeição; logo depois já troca de quarto pro causa do colega homofóbico, sem conflitos, sem demais desdobramentos. Aliás, numa passagem chega a comentar que não precisa mais dos amigos porque conseguiu um namorado. Então, diante de um namorado, os amigos são perfeitamente descartáveis, feito lenços usados? Aliás, em questão de namorado, Thomas é expert: só ficou com homens lindos-perfeitos-maravilhosos-quase-deuses. Todos apaixonados por ele. Logicamente, irreais. O engraçado é que vivemos na década dos bananas e dos fetiches. A imagem de homens perfeitos demais não convence mais, é ilusória e deprimente – não que eu precise disso para me deprimir, já estou com meu chocolate, Sinead O’Connor e os olhos cheios de lágrima por estar sozinho numa noite de domingo. Mas isso não importa. Continuando com o livro, o amor de Thomas por Max precisa ser analisado sob dois ângulos diferentes (dois parecem mais do que suficientes para mim): um sob o olhar do amor que protege e guarda, que se guarda para o outro – mais adequado ao mundo literário. Outro sob o ângulo próprio do amor gay: dizer que ama e sair por aí transando com todo mundo antes de tentar voltar para o ex. O segundo caso parece mais com o de Thomas. Ter esperança de recuperar o namorado e ao mesmo tempo estar com outro parece contraditório. Um amor tão grande deveria ter mais espaço de reservas e menos arrependimentos que não o levam a mudar a realidade que vive. Diz estar praticamente em coma junto com o namorado e depois transa com o ex (e também amigo) no dia de partir para Madri. Isso me parece contraditório. Ora o sexo brinda o amor, hora não é nada que mereça importância. Aliás, ele não parece estar realmente sofrendo, não como Bella em Lua nova, pelo menos. Nunca vi sofrimento (e loucura) maiores que a dela, e ele não demonstra isso de forma convincente em nenhum momento. Partindo para detalhes técnicos, o termo “opção sexual” deveria ser substituído por “orientação sexual”, que é hoje o mais adequado. A passagem em branco do tempo (Agosto/Setembro/Outubro/Novembro/Dezembro) é o mesmo recurso usado por Stephenie Meyer em Lua Nova, e o efeito é anti-literário. Não é interessante porque parece que nada aconteceu nesse meio tempo – não que ele tivesse de narrar cada mês, mas é preciso pensar em soluções – mesmo porque Thomas e George estão semi-nus durante 90 % do tempo, então não haveria muito o que dizer. Os conflitos são o ponto mais sério da trama. Tenho de dizer que achei Thomas tão carismático quando uma porta, então 50 % da torcida pela felicidade dele foi pelo ralo. A chegada dos casal à mansão dos pais de George é particularmente problemática: pra quem havia brigado e dito coisas ruins, a recepção de George pelo irmão Grayson até que foi muito boa, e ainda chamar o outro de cunhado... Depois a refeição preparada pelo irmão de George (eles não tem empregadas)? Depois o pseudoconflito com os pais de George: Thomas sai, chega e não cruza outra vez com os pais de George? Nenhuma pergunta? George não é interrogado pelos pais? Expulso de lá?
Por fim a redenção entre Thomas e George, no aeroporto, antes de ele retornar para OREC, não convence. O final do livro também não – mesmo porque ele ainda não acabou. E tudo rápido demais. Tantas outras coisas separam o casal, então por que o retorno de Max significaria um perigo maior? Aliás, se Thomas não ama George (o que ficou bem claro em muitas passagens) por que torcer para os dois? É melhor acreditar que ele voltará para Max, já que o ama, e ficará tudo muito bem. 
Afinal, não é todo mundo que tem a sorte de encontrar um homem lindo, rico e disponível caído a seus pés sem ter de pagar algum preço por ele.

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